top of page

Programa Hora Marcada recebe pesquisador e professor da UFPel Fabricio Boscolo Del Vecchio

  • Foto do escritor: Rádio Tupanci
    Rádio Tupanci
  • 25 de ago.
  • 4 min de leitura

O pesquisador se destaca internacionalmente com seus estudos sobre artes marciais e emplacou a Universidade Federal de Pelotas entre as 10 instituições que mais publicam na área


Por Maria Eduarda Lopes

Foto: Maria Eduarda Lopes
Foto: Maria Eduarda Lopes

O programa Hora Marcada, apresentado pelo jornalista Sérgio Corrêa, recebeu na manhã desta segunda-feira (25) o professor e pesquisador Fabricio Boscolo Del Vecchio. Apontado como um dos autores mais influentes do mundo na pesquisa sobre artes marciais, o professor falou sobre suas contribuições à área acadêmica e a integração com a sociedade através da extensão universitária.


Fabricio Boscolo é Doutor em Educação Física pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e professor associado da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), junto à Escola Superior de Educação Física (ESEF). É líder do grupo de Pesquisas em Treinamento Desportivo e Desempenho Físico (GEPETED) desde 2009 e já produziu mais de 230 artigos científicos, além de 4 livros publicados. É membro do Colégio Brasileiro de Ciências do Esporte (CBCE), da National Strength and Conditioning Association (NSCA) e do American College of Sports Medicine (ACSM). Fabricio também é coordenador dos projetos de extensão da ESEF e da UFPel, Quem Luta não Briga e Remar para o Futuro.


No ano de 2013, foi considerado um dos pesquisadores com maior número de publicações indexadas no Web of Science. Segundo um levantamento bibliométrico internacional recente, que teve como objetivo identificar os principais autores, instituições, países e tendências de pesquisa, o autor foi identificado como um dos mais influentes e alavancou a UFPel para a nona posição do ranking de instituições com o maior número de publicações na base de dados Scopus.


Na entrevista, o professor e pesquisador ressaltou, antes de tudo, a importância de pesquisas realizadas no meio acadêmico produzirem conhecimentos que sejam levados ao restante da sociedade. “O mais importante neste momento de embates que envolvem a ciência é termos uma produção de conhecimento que seja socialmente relevante”.


Fabricio conta que começou a lutar judô com 8 anos de idade e que decidiu se tornar professor de Educação Física com 14, após vivenciar na escola uma forma de ensino que não o agradava, para se tornar professor do esporte. Na faculdade, entrou em contato com o meio da pesquisa e surgiu o interesse em continuar atuando na área, unindo sua paixão por educação física e a produção de conhecimento. “Eu vi que poderia produzir informações que fossem úteis para o campo da educação física, e comecei a entender minha importância como alguém que era da área de lutas, mas que não queria apenas reproduzir informações, e sim produzir informações novas. Isso foi minha porta de entrada para o mestrado”, relatou o professor.


Fabricio explica que uma das maneiras de pesquisadores comprovarem sua relevância na área é através da citação de seus artigos e pesquisas por outros pesquisadores, e que o levantamento bibliométrico faz justamente este trabalho de realizar buscas em bases de dados que centralizam as produções científicas e contabilizar as citações, fazendo relações com os resultados de autores, instituições, cidades e entre outros. No estudo realizado, o pesquisador foi identificado como um dos mais relevantes na área de esportes de combate, além da UFPel ser reconhecida internacionalmente dentre outras universidades e instituições que publicam estudos sobre artes marciais.


Sua produção científica mais citada, com mais de 550 citações, é seu artigo de doutorado publicado pela revista Sports Medicine, que trata sobre os valores de referência de aptidão física (força, resistência, habilidade) de atletas de elite do judô ao redor do mundo.


O pesquisador aponta que a transformação de um esporte em modalidade olímpica, além de sua circulação na mídia, contribui para o reconhecimento e desenvolvimento do esporte. Conforme ele, mais de 20% das medalhas distribuídas nos Jogos Olímpicos são das modalidades de esportes de combate, sendo elas atualmente o judô, taekwondo, boxe, luta olímpica e esgrima.


Acerca da importância do custeamento de verbas para pesquisas no Brasil e do incentivo à produção científica, o professor comenta que a educação científica nacional ainda é muito precária pela falta de contato no cotidiano com os estudantes em formação e a sociedade em geral. “Na área do esporte a pesquisa científica gera intervenções que mudam o processo de treino”, relaciona Fabricio. Ele conta que a maior parte de suas pesquisas foram realizadas sem verba, tendo que partir do seu próprio investimento, e que infelizmente isso é muito comum no meio acadêmico, apesar da existência de bolsas financiadoras.


No âmbito da extensão universitária, que visa levar os conhecimentos produzidos na universidade para fora dela através da prática, o professor comenta sobre seus projetos criados. Seu primeiro projeto criado foi Quem Luta não Briga focado no ensino de taekwondo, com mais de 400 alunos atualmente. Já o Remar para o Futuro foi idealizado em 2015, 10 anos atrás. Em ambos projetos, alunos de iniciação científica, mestrado e doutorado trabalham junto a Fabricio para disseminar o esporte e suas modalidades, mais especificamente o taekwondo e o remo, para a comunidade pelotense. “A parte mais importante desses projetos é oportunizar que as pessoas se aproximem da universidade e que esses muros sejam derrubados. Uma das nossas principais ações hoje em dia é mostrar aos alunos dos projetos de extensão, que são em sua maioria pessoas em situação de vulnerabilidade social, que a universidade é um lugar que pode acolhê-las, porque eu acredito que o ensino mude a vida das pessoas”, completa o professor.

Pesquisador e professor Fabricio Boscolo e apresentador Sérgio Corrêa. Foto: Maria Eduarda Lopes
Pesquisador e professor Fabricio Boscolo e apresentador Sérgio Corrêa. Foto: Maria Eduarda Lopes

Confira a entrevista completa no canal da Tupanci no youtube:


Comentários


bottom of page