Hora Marcada recebeu a secretária da Mulher e o diretor-presidente da Eterpel para divulgar a instalação de Bancos Vermelhos e da Caixa Lilás na Rodoviária de Pelotas
- Rádio Tupanci
- 25 de ago.
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Inauguração de dois Bancos Vermelhos na Estação Rodoviária de Pelotas e da Caixa Lilás na Sala de Embarque integra a programação municipal do Agosto Lilás, mês de conscientização ao combate à violência contra a mulher
Por Maria Eduarda Lopes

Na manhã desta sexta-feira (22), o programa “Hora Marcada”, apresentado pelo jornalista Sérgio Corrêa na Rádio Tupanci 96.7 FM, recebeu a Secretária de Políticas para Mulheres, Marielda Medeiros, e o diretor-presidente da Empresa do Terminal Rodoviário de Pelotas (Eterpel), Afrânio Ávila, para tratar da inauguração de dois Bancos Vermelhos no terminal rodoviário e a instalação de uma Caixa Lilás na Sala de Embarque, que acontece durante a tarde às 16h.
A ação é parte da programação especial do Agosto Lilás em Pelotas, mês da conscientização e enfrentamento da violência contra as mulheres. A cidade já contava com três bancos vermelhos, um localizado na Praça Coronel Pedro Osório, outro no Campus Capão do Leão, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e o mais recente no Foro da Comarca de Pelotas. Já a Caixa Lilás pode ser utilizada para denúncias anônimas e acompanhará materiais informativos acerca de todos os aspectos da violência, além de informações sobre o Centro de Referência de Atendimento à Mulher (Cram).
O projeto do Banco Vermelho se originou na Itália, adotado mundialmente, e chegou ao Brasil no ano de 2023 através do Instituto Banco Vermelho (IBV), oficializado pela Lei 14.942/2024 que se dedica a ações de conscientização em lugares públicos. O banco é uma intervenção urbana simbólica, localizada em pontos estratégicos onde exista uma grande circulação de pessoas, tendo como lema “um convite para sentar, refletir e, em seguida, levantar e agir”.

O mês de agosto foi escolhido por marcar o aniversário da promulgação da Lei Maria da Penha (Lei Nº 11.340/2006), que criou mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra as mulheres, como as Medidas Protetivas de Urgência (MPU), que também atuam no combate e prevenção de feminicídios. Neste mês, a lei completa 19 anos de existência.
A campanha do Agosto Lilás surge para reforçar nacionalmente o papel da Lei Maria da Penha em um cenário onde a violência contra a mulher alcança estatísticas preocupantes. Conforme a Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres, este ano Pelotas já registrou um caso de feminicídio consumado e duas tentativas, 463 ameaças, 19 estupros e 382 casos de lesão corporal até o momento. Quanto às medidas protetivas, 1.200 já foram concedidas e 600 estão ativas, sendo acompanhadas pelas entidades competentes.
Entrevista no Hora Marcada
A secretária da Mulher, Marielda Medeiros, reforça a importância do projeto do Banco Vermelho e a simbologia que ele representa, além de servir como um aparato de informação às mulheres vítimas de violências e à própria sociedade, que pode ser uma aliada ao enfrentamento dessa problemática. “É uma ação necessária no mundo, e em Pelotas não seria diferente. O banco vermelho chama atenção para as violências que as mulheres sofrem. Ele não é vermelho por acaso, é uma demonstração do derramamento de sangue de muitas de nós. O banco informa o número de atendimento do 180, os números de contato da Patrulha Maria da Penha e informações sobre o Centro de Referência de Atendimento à Mulher, que hoje integra a Secretaria de Políticas Públicas para Mulheres”.
A secretária citou o Observatório de Segurança Pública de Pelotas, da Secretaria de Planejamento e Gestão, e o Observatório Nosotras, da Universidade Católica de Pelotas (UCPel), que contribuem com os dados acerca das violências contra as mulheres no município e no estado e demonstram estatísticas alarmantes. Além disso, a secretária elencou a importância do atendimento realizado pelo Cram, que oferece serviços de acolhimento e assistência social, psicológica e jurídica às vítimas, também realizando o encaminhamento de denúncias.
Marielda também citou a inexistência da Secretaria de Mulheres no estado do Rio Grande do Sul, extinta em 2015, e exaltou a Secretaria atuante em Pelotas. “A gestão pública tem a responsabilidade de criar políticas públicas. Em Pelotas, a Secretaria não foi criada por acaso, todos esses dados motivaram sua criação e o movimento social das mulheres esteve nessa luta como protagonista”.
“Historicamente, as violências contra as mulheres são naturalizadas pela sociedade. Além de naturalizar, culpabiliza as mulheres por aquilo que estão sofrendo. Precisamos fazer um movimento intenso para mudar esse cenário”, conclui a secretária.
O diretor-presidente da Eterpel, Afrânio Ávila, destacou as ações que tomam palco no terminal rodoviário e as reformas que o local tem passado como essenciais para a volta da integração com a comunidade pelotense e com os viajantes. “Na rodoviária passam de 4 a 5 mil pessoas por dia. E grande parte dessas pessoas são passageiras mulheres. Quantas delas devem passar por situações de violência e não temos a mínima noção? Então nossa colaboração é participar do projeto do Banco Vermelho e nos colocar à disposição”.
A rodoviária é um ponto estratégico de movimento e circulação de milhares de pessoas diariamente. Para isso, o diretor-presidente comentou que diversos panfletos informativos foram distribuídos em todos os setores do terminal, principalmente nos banheiros femininos, onde as mulheres podem se sentir mais seguras, longe de presenças masculinas, a encaminhar denúncias. Acompanhe a entrevista na íntegra:





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