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Hora Marcada entrevista médico neurologista Rodrigo Brito sobre cefaleia

  • Foto do escritor: Rádio Tupanci
    Rádio Tupanci
  • 28 de ago.
  • 4 min de leitura

O neurocirurgião conversou sobre o tema da palestra que será realizada nesta quinta na Associação Médica de Pelotas, que trata sobre a cefaleia, comumente conhecida como dor de cabeça ou enxaqueca


Por Maria Eduarda Lopes

Imagem: Reprodução
Imagem: Reprodução

O programa Hora Marcada, apresentado pelo jornalista Sérgio Corrêa, entrevistou na manhã de quinta (28), o médico neurologista e neurocirurgião Rodrigo da Silva de Brito,  membro da Associação Médica de Pelotas (AMP), para tratar sobre as condições médicas da cefaleia.


A palestra promovida pelo Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Associação Médica de Pelotas acontece às 19h, na sede da associação. Com o tema “Cefaleia”, o palestrante será o Doutor Othello Moreira Fabião Neto, formado pela Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), fez Residência Médica no Hospital Cristo Redentor e Mestrado na Unifesp, Fábio é também professor da UFPel. O evento é gratuito e destinado aos médicos e residentes da região, sendo necessário entrar em contato com a AMP para confirmar a inscrição pelo telefone (53) 3222-6309.


A Associação Médica de Pelotas foi fundada no ano de 1940 nos cursos de medicina da UFPel e da Universidade Católica de Pelotas (UCPel). A entidade representa os interesses da categoria, junto aos demais órgãos que regulam a área, sendo consolidada e reconhecida na área da saúde.



O que é a cefaleia?


A cefaleia, comumente conhecida como dor de cabeça ou enxaqueca, é uma das causas mais relatadas por pacientes em consultórios neurológicos. Sendo assim, é uma condição muito comum e afeta diferentes faixas etárias. Pode se apresentar como uma simples dor de cabeça, ou surgir com outros sintomas como náuseas e sensibilidade à luz e cheiros, caracterizando uma enxaqueca. Também pode surgir com sintomas de outras doenças e condições médicas, o que pode servir como um alerta de que algo pode estar errado e deve ser verificado clinicamente.


Essa condição pode ser causada por diversos motivos, sendo os mais comuns o estresse, privação de sono, desidratação, má alimentação e consumo excessivo de cafeína. Em casos mais sérios, a cefaleia pode indicar doenças mais graves como meningite, aneurisma ou tumores cerebrais. Entretanto, deve-se procurar um médico para ser diagnosticado corretamente e receber tratamento adequado, evitando o autodiagnóstico.


As cefaleias primárias se caracterizam por não haver alterações estruturais no cérebro, sendo representadas em sua maioria pelas enxaquecas e cefaleias tensionais. Já as secundárias incluem aquelas associadas a traumatismo craniano, neoplasias (tumores), doenças vasculares, medicações, infecções, distúrbios metabólicos, desordens do pescoço e face e neuralgias cranianas.


O plano de tratamento envolve a educação do paciente acerca de sua condição e a prevenção dos ataques de sintomas, evitando fatores desencadeantes como alterações hormonais, fatores dietéticos, mudanças ambientais, estímulos sensoriais ou estresse. Assim como o tratamento não farmacológico alinhado ao estilo de vida, priorizando o sono adequado e exercícios físicos. Na fase aguda, o tratamento busca aliviar os sintomas e impedir a progressão da dor, com terapias preventivas, e se necessário, o uso de terapias alternativas. A reavaliação periódica também é importante.


Com informações do Glossário de Saúde Einstein e da Rede D'Or.



Palestra da Associação Médica Pelotense


Com o objetivo de valorizar os nomes da área, como o Dr. Othello, Rodrigo Brito comenta que a ideia inicial da palestra era abordar um assunto mais amplo. “É um tema difícil de se tratar justamente por ser amplo, então a palestra precisava ser muito bem elaborada para atingir todos os níveis de público que estarão presentes, como os residentes de medicina”, explica.


Apesar da palestra de hoje a noite ser exclusiva para a comunidade médica, Rodrigo compartilha que já existem planos para realizar atividades abertas ao público.



Diagnóstico e tratamento da cefaleia


O neurocirurgião também traz mais esclarecimentos acerca da condição médica em questão: “A dor de cabeça é um grande sintoma da medicina, pois ela está presente em diversas doenças, desde uma gripe simples até o rompimento de um aneurisma. É importante o médico ter o conhecimento de que a cefaleia possui diferentes nuances, cada uma com sua peculiaridade. Isso é fundamental para a otimização do tratamento”.


Para isso, o médico ressalta a importância do contato do médico com o paciente. “O progresso científico tecnológico é bom, mas nenhuma máquina pode substituir a examinação e o contato entre o médico e o paciente. Não há tecnologia que substitua o examinar”.


Acerca dos tratamentos, é explicado que “a dor de cabeça pode se tornar crônica, como é o caso da enxaqueca. Precisa ser feito um tratamento a longo prazo, pois a maioria das pessoas acha que é só tomar o analgésico, mas dependendo do tipo precisamos de um medicamento diário profilático”.


A cefaleia pode ser específica em diferentes idades, existindo uma maior prevalência de tipos de cefaleia que incidem em cada faixa etária. Mesmo que os pacientes apresentem o mesmo quadro, o tratamento é feito considerando suas idades.


Conforme o neurologista, mais de 70% da população mundial é acometida por algum tipo de cefaleia em algum momento da vida. Há essa grande incidência de dor de cabeça ao redor do mundo. O doutor alerta que se a dor não for aliviada pelo analgésico e resistir às medicações, ela deve ser identificada e diagnosticada, pois pode ser um sintoma de outras doenças.



Acesso a especialistas e conhecimento da condição


A falta de acesso da população a especialistas treinados para identificar a cefaleia pode ser um dos principais fatores do prolongamento do sofrimento do paciente, assim como o despreparo do profissional de saúde, conforme relata Rodrigo. “No primeiro atendimento, o médico deve ter condições de fazer um diagnóstico e começar um tratamento adequado. Deve saber se a dor de cabeça é referenciada e precisa seguir para um especialista, ou se é uma dor de cabeça manejável no posto de saúde. A formação médica hoje em dia é um pouco carente nesse quesito. Mas a formação também é individual”.


Nessa questão, se destaca a união entre a UFPel e a UCPel na circulação de conhecimento e o fortalecimento da relação entre as instituições. “Pelotas é um grande pólo formador médico, um grande expoente na medicina. Temos duas faculdades com nomes expressivos no seu corpo docente, que são conhecidos nacionalmente. E essa união entre instituições é necessária para a exportação de médicos bem formados que levam nosso nome para outras regiões”, completa o neurologista.


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