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Hora Marcada entrevista médico mastologista sobre câncer de mama

  • Foto do escritor: Rádio Tupanci
    Rádio Tupanci
  • 7 de out.
  • 4 min de leitura

Em alusão ao Outubro Rosa, mês de conscientização sobre a doença, especialista esclarece principais dúvidas acerca dos sintomas, diagnósticos e tratamentos.

Por Maria Eduarda Lopes


Foto: reprodução
Foto: reprodução

O programa Hora Marcada, apresentado pelo jornalista Sérgio Corrêa, entrevistou na manhã desta terça-feira (07) o médico mastologista Ademar José Bedin Júnior sobre o câncer de mama. Durante a conversa, o especialista destacou a importância da prevenção e esclareceu dúvidas sobre sintomas, diagnóstico e tratamentos. Bedin é vice-presidente do Instituto da Mama do Rio Grande do Sul (IMAMA) e integra o Núcleo Mama do Hospital Moinhos de Vento.


Câncer de mama: sintomas, diagnóstico e tratamentos


O câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo. Conforme o Ministério da Saúde, esse tipo de câncer corresponde a cerca de 28% dos novos casos oncológicos em mulheres. Dados de 2021 do Atlas de Mortalidade por Câncer (SIM) registraram 18.361 óbitos. O desenvolvimento do câncer é raro antes dos 35 anos, porém a possibilidade cresce progressivamente, especialmente após os 50 anos. É importante ressaltar que homens cisgêneros também podem ser acometidos pela doença, mesmo que a incidência seja incomum.


O sintoma mais recorrente do câncer de mama é o aparecimento de nódulo, geralmente indolor, duro e irregular, mas existem tumores que são de consistência branda e bem definidos. Outros sinais podem aparecer como edema cutâneo na pele, retração cutânea, dor, inversão do mamilo, hiperemia, descamação ou ulceração do mamilo e secreção papilar. Podem também surgir linfonodos palpáveis na axila.


Os sinais devem ser investigados, porém podem estar relacionados a doenças benignas da mama. A conscientização sobre esse tipo de câncer e a atenção das pessoas em relação à saúde das mamas é de extrema importância para conhecer o que é normal em seu próprio corpo e quais alterações são suspeitas. A detecção precoce da doença pode salvar vidas.


Para a investigação médica, além do exame clínico das mamas, podem ser recomendados exames de imagem, como a mamografia, ultrassonografia ou ressonância magnética. A confirmação do diagnóstico só é feita por meio da biópsia, uma técnica que consiste na retirada de um fragmento do nódulo ou da lesão suspeita por meio de extração por agulha ou de pequena cirurgia.


O tratamento de câncer de mama é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com procedimentos como mastectomias, cirurgias conservadoras e reconstrução mamária, além de radioterapia, quimioterapia, hormonioterapia e tratamento com anticorpos.


Câncer do colo do útero afeta 17 mil mulheres por ano


A campanha de conscientização do Outubro Rosa também inclui o câncer do colo de útero. Sendo um dos tipos mais comuns de câncer ginecológico, está fortemente associado à infecção persistente pelo papilomavírus humano (HPV). Esse tipo de câncer se desenvolve na região inferior, conhecida como colo do útero, que conecta o corpo do útero à vagina. A prevenção inclui a vacinação contra o HPV e a realização periódica do exame de Papanicolau, que permite a detecção precoce de lesões precursoras.


Dados atualizados


Na última sexta-feira (03), o Ministério da Saúde e o Instituto Nacional de Câncer (INCA) divulgaram a publicação “Controle do Câncer de Mama no Brasil”, reunindo indicadores nacionais e regionais sobre incidência, mortalidade, fatores de risco, rastreamento e acesso ao tratamento. O relatório demonstra que o SUS realizou 4,4 milhões de mamografias em 2024. Ainda de acordo com o estudo, o Brasil deve registrar 73.610 novos casos de câncer de mama em 2025. O ano de 2023 registrou mais de 20 mil óbitos, com maior concentração nas regiões Sul, Sudeste e Nordeste do país.


Entrevista no Hora Marcada


O médico Ademar Bedin esclarece que o desenvolvimento do câncer de mama não é puramente genético: “A questão genética não é a principal causa. Na verdade, aproximadamente 90% dos casos de câncer não são hereditários. Por outro lado, as pessoas que têm familiares com câncer de mama, com predisposição aparente, precisam ter um cuidado redobrado, porque a chance de desenvolver acaba sendo maior. O câncer de mama é multifatorial, não tem causa única, também tem a ver com hábitos de vida e questões hormonais”.


Entre os principais fatores de risco, o mastologista elenca a obesidade, o consumo de bebidas alcoólicas, o tabagismo e o sedentarismo. É recomendado hábitos de rotina saudáveis para diminuir o risco de desenvolver o câncer, além da realização de exames.


Sobre a incidência da doença em mulheres mais jovens, o médico relata que casos estão sendo cada vez mais comuns: “Em adolescentes esse câncer é bastante raro, mas tem acontecido em pacientes mais jovens com mais frequência. Mas a faixa etária mais acometida continua sendo entre os 50 e 60 anos de idade. As mulheres precisam estar atentas aos sintomas em suas mamas em qualquer idade”. Para isso, Bedin indica que pelo menos uma vez ao mês a mulher tenha um momento de autocuidado e realize o autoexame.


Os hormônios do ciclo menstrual podem dificultar a identificação dos nódulos, pois conforme explica o profissional, neste período as mamas ficam mais sensíveis. “A menstruação e o período pré-menstrual produzem hormônios que estimulam muito o tecido glandular mamário. Nesse momento a mama fica mais sensível, alterando a palpação do tecido glandular. Quando a menstruação passa, os níveis hormonais circulantes no organismo da mulher são reduzidos e as glândulas ficam com palpação mais fidedigna para identificar nódulos”.


“No exame físico, os nódulos benignos ou cistos tendem a ter uma característica mais arredondada, sendo móveis quando palpados, e não tão firmes. Já os nódulos mais suspeitos de câncer tendem a ser mais duros e firmes na palpação e muito pouco móveis, pois o câncer tende a se enraizar e se aderir aos tecidos vizinhos. De qualquer forma, qualquer nódulo palpável deve ser examinado por um médico”, afirma o mastologista.


Os exames recomendados variam de faixa etária. É indicado que mulheres, mesmo assintomáticas, façam o exame de mamografia anualmente a partir dos 40 anos. Para mulheres antes da menopausa, também recomenda-se acrescentar a ecografia mamária (ultrassonografia). Entretanto, o mastologista destaca que o principal exame de rastreamento do câncer de mama para realizar o diagnóstico precoce é a mamografia, disponível pelo SUS.


📻 Confira a entrevista completa no canal do YouTube da Rádio Tupanci.



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