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Hora Marcada entrevista médica neurologista sobre demência

  • Foto do escritor: Rádio Tupanci
    Rádio Tupanci
  • 9 de out.
  • 3 min de leitura

Projeção é que até 2050 mais de 5 milhões de pessoas sejam diagnosticadas com a doença. Especialista falou sobre os principais fatores de risco e avanços no tratamento.

Por Maria Eduarda Lopes

Foto: reprodução
Foto: reprodução

O programa Hora Marcada, apresentado pelo jornalista Sérgio Corrêa, entrevistou a médica neurologista Tatiane Morgana da Silva acerca da demência, suas causas, sintomas e tratamentos. Tatiane é formada em Medicina pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e integra o Centro da Memória do Hospital Moinhos de Vento de Teresópolis.


A demência é um termo geral que engloba várias outras doenças neurodegenerativas, que ocasionam a perda progressiva de funções cerebrais. É uma condição progressiva que piora gradualmente e não possui cura, embora existam opções de tratamento. Entre os tipos mais comuns de demência está a doença de Alzheimer, que em geral ocorre em idosos com mais de 65 anos e causa problemas de memória, linguagem, pensamento e comportamento.


De acordo com o Relatório Nacional sobre a Demência de 2025, cerca de 8,5% da população com 60 anos ou mais convivem com demência, representando um número aproximado de 1,8 milhão de casos. Até 2050, a projeção é que 5,7 milhões de pessoas sejam diagnosticadas no país.


A América Latina é a região mais afetada pela demência no mundo. Mais da metade dos casos poderiam ser evitados. Em uma pesquisa liderada pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), em parceria com outras oito instituições, destaca 12 fatores de risco que podem causar a doença. Entre eles está o nível de educação, perda auditiva, hipertensão, obesidade, tabagismo, depressão, isolamento social, sedentarismo, diabetes, consumo excessivo de álcool, poluição atmosférica e traumas na cabeça. Sendo assim, para além de um problema da medicina, a demência também é um problema social.


No Brasil, o debate para o enfrentamento da doença começou a acontecer em 2023. Em junho de 2024, o Governo Federal sancionou uma lei que criou a “Política Nacional de Cuidado Integral às Pessoas com Doença de Alzheimer e Outras Demências”. O texto traz princípios e diretrizes para o tratamento da doença e determina que o Ministério da Saúde desenvolva campanhas de orientação e conscientização em clínicas, hospitais públicos e privados, postos de saúde, unidades básicas de saúde e unidades de pronto atendimento.


Entrevista no Hora Marcada


A doutora reforça que a demência é um termo chave, utilizado para quando a pessoa começa a perder funcionalidade. “A pessoa que antes fazia tudo de forma independente começa a necessitar de ajuda para realizar atividades”. A velocidade de evolução da demência depende da doença neurodegenerativa de base que a causa.


Entre todas as doenças que afetam a memória e a cognição, a neurologista destaca que a doença de Alzheimer é a mais comum, seguida da doença de Lewy, ou a Demência por Corpos de Lewy (DCL). “Acontece a partir de 60 a 65 anos e afeta não só a memória, mas também os sistemas motores. Outro problema são as alucinações complexas, em que o paciente enxerga alucinações com mais detalhes”, explica a médica.


Apesar da demência não possuir cura, a ciência tem testemunhado um avanço em seu tratamento. Conforme Tatiane, atualmente existem mais esperanças principalmente para a doença de Alzheimer, onde se constata uma evolução maior de tratamentos. “Nenhuma dessas doenças possuem cura, infelizmente. O que tentamos fazer é diminuir a evolução da doença, fazer com que o paciente permaneça no estágio atual o maior tempo possível, através de remédios”. Os principais medicamentos para o tratamento estão disponíveis através do Sistema Único de Saúde (SUS).


A neurologista comenta sobre o medicamento Donanemabe, que se propõe a retardar o progresso do Alzheimer, aprovado pela Anvisa este ano. “Até agora, as alterações não conseguiram ser revertidas, mas os pacientes tiveram menor declínio, então é uma esperança para nós”. Entretanto, a medicação em questão não está disponível pelo SUS.


“Conhecemos mais a doença e falamos mais sobre isso, consequentemente conseguimos diagnosticar mais”, comenta Tatiane sobre a percepção do aumento do número de casos. “Também temos um maior envelhecimento da população, as pessoas estão chegando em idades mais avançadas atualmente. Existem fatores de risco modificáveis que afetam muito mais a população em países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos”.


📻 Confira a entrevista completa no canal do YouTube da Rádio Tupanci.



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