Rio Grande recebeu audiência pública da CPI da Energia na sexta-feira (4)
- Jean Pierre Knepper
- 6 de out.
- 3 min de leitura
Representantes da região participaram do encontro na Câmara de Vereadores

Na tarde da última sexta-feira (3), aconteceu no plenário da câmera de vereadores de Rio Grande, a audiência pública da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da CEEE Equatorial e RGE da Assembleia Legislativa. Essa audiência investiga as falhas no serviço de energia elétrica no estado.
O encontro ,que durou quase 3 horas, teve a presença do presidente da CPI o deputado estadual Miguel Rossetto (PT), do relator Marcus Vinicius (Progressistas), e do suplente Halley Lino de Souza (PT). Estiveram presentes também depondo, 24 vereadores da região sul, 4 prefeitos municipais, de São José do Norte, Neromar Guimarães (União), de Candiota, Luis Carlos Folador (MDB), de Cerrito, José Flavio Viera (PP), e de Arroio do Padre, Juliano Buchweitz (PP), além de lideranças comunitárias. Depoimentos foram formalizadas em relatórios e entregues à CPI.
O vice prefeito de Rio Grande Renato Gomes (Renatinho), esteve presente integrando a mesa do plenário, representando a prefeitura na ausência da Prefeita Darlene Pereira (PT) em compromissos de trabalho em Brasília. Ele afirmou que o município sofre com atendimento precário da companhia, lembrou do volume de recursos arrecadados pela empresa em Rio Grande, principalmente no distrito industrial, e não se reflete em um tratamento digno para o município.
Como coordenador da Defesa Civil acrescentou que se depara com eventos climáticos que acabam gerando desabastecimentos que chegam a durar vários dias afetando a população. Afirma que enviou um ofício a empresa em 22 de agosto para tratar de investimentos para melhorar o fornecimento de energia na Ilha de Toratama e não obteve resposta.
O prefeito de São José do Norte, Neromar Guimarães (União), afirmou que a situação no município é muito preocupante, com dificuldades no que se refere a questão do fornecimento de energia elétrica, como a comunidade de Bojuru, onde algumas regiões ficou sem energia por até 15 dias.
O prefeito de Arroio do Padre, Juliano Buchweitz, destacou que a produção de fumo é a base da economia, e as dificuldades da população é semelhantes de outras cidades da região com instabilidade de energia, que se acentua durante o verão, reconheceu que a companhia fez alguns investimentos na rede, além de efetuar poda, mas que ainda é insuficiente para garantir estabilidade, lembrou que no ultimo ano no período de safra, vários produtores recorreram à prefeitura por conta dos episódios de falta de luz.
O prefeito de Cerrito, José Flávio Vieira (PP) disse que o município tem 1.500 propriedades e 1.200 produzem leite e dependem da energia elétrica. A partir da enchente, houve locais que ficaram mais de 20 dias sem abastecimento de energia, gerando muitos prejuízos. “O município ganhou um processo contra a CEEE Equatorial em primeira instância. A gente sabe que trocou os funcionários, muitos não conhecem. Os escritórios a maioria foram fechados e os produtores e os urbanos não têm a quem se dirigir. Isso tem que melhorar”.
O vereador Ildo Döring (PT) de São Lourenço do Sul, comentou sobre um caso emblemático do município, de um poste que está caindo há cinco anos. “É inaceitável que não tenham uma broca de impacto que consiga fazer este trabalho para trocar este poste. Nós temos um hospital no interior de São Lourenço do Sul que é referência no Brasil. E o dia que este poste cair ninguém vai consegui ir nem vir para a cidade. Vai trancar toda a ERS e vai acabar com todo o fornecimento de luz”.
O deputado estadual Miguel Rossetto (PT), e líder da CPI, alertou para a gravidade do não cumprimento dos indicadores de qualidade DEC e FEC pela CEEE Equatorial na região Sul do Estado. Segundo ele, entre 2021 e 2024, nenhum dos municípios da região atingiu as metas mínimas de duração e frequência das interrupções de energia estabelecidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O que pode levar à perda da concessão da companhia.
“O que mostra a gravidade da situação e a importância de investimentos e qualificação e capacidade operacional desta empresa. Os depoimentos dos prefeitos, das lideranças, expressam aquilo que os indicadores da Aneel mostram para nós. É grave e por isso essa ideia de um diagnóstico”.
A CPI foi instalada em agosto, com 12 titulares e 11 suplentes. A CPI já realizou audiência em Osório, no Litoral Norte além de Rio Grande. As próximas já aprovadas pelo colegiado estão previstas para Caxias do Sul, Novo Hamburgo, Erechim e Santana do Livramento.
Por: Eduardo Silva dos Santos / Jornal Tradição Regional





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