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Projeto “Caminhos Negros” resgata história apagada da comunidade afro-brasileira em Rio Grande

  • aalineklug
  • 22 de ago.
  • 2 min de leitura

Um importante capítulo da história da cidade do Rio Grande começou a ser resgatado com o lançamento do projeto “Caminhos Negros”, iniciativa voltada à valorização e à

preservação da memória da população afro-brasileira. A proposta foi apresentada na noite da última quarta-feira (20), durante evento na Prefeitura Municipal, e teve seu primeiro roteiro de visita guiada realizado na tarde de quinta-feira (21). A atividade integra a programação da Semana do Patrimônio de Rio Grande, que se estende até a segunda-feira (28).


Um dos pontos que mais marcou os participantes do percurso foi a Praça Barão de São

José do Norte, localizada em frente à Santa Casa, no Centro. O local, que hoje é frequentado por moradores e visitantes, tem um passado pouco conhecido: já foi

denominado Largo do Moinho e Praça da Caridade no século XIX, e abrigava o pelourinho da cidade, local onde pessoas escravizadas sofriam castigos físicos públicos, além de um patíbulo, estrutura montada para execuções por enforcamento de pessoas negras.


Apesar de sua relevância histórica, poucos conhecem o passado da praça e de outros

pontos da cidade ligados à herança afro-brasileira. É exatamente essa lacuna que o projeto busca preencher. No total, o “Caminhos Negros” já integrou 28 locais de importância histórica e cultural para a comunidade negra. Na estreia do roteiro, 10 desses pontos foram visitados por professores da rede pública municipal e convidados, conduzidos por Chendler Siqueira, titular da Coordenadoria Municipal de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.


Na quinta-feira, o trajeto teve início nas docas do Mercado Público e terminou no terreiro Casa de Oxum Taladê, no bairro Getúlio Vargas, espaço que simboliza a resistência e a preservação da cultura afro-brasileira. Ao longo do percurso, o grupo passou ainda pelo assentamento do Bará no Mercado Público, Praça da Geribanda (atual Praça Tamandaré), Largo Dr. Pio (antigo Largo das Quitandeiras) e a Capela de São Francisco, situada nos fundos da Igreja da Matriz.


A Lei 10.639, de 2003, tornou obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira em estabelecimentos de ensino fundamental e médio, públicas e privadas, o que enfatiza a importância de projetos como este para a sociedade. As atividades do projeto “Caminhos Negros” continuam neste sábado (23), com mais uma visita enriquecedora, guiada e aberta ao público.

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