Governo Trump anuncia sanções contra Moraes e 'aliados' no STF; vistos para entrar no país serão revogados
- deborasaraivajv
- 19 de jul.
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Decisão inclui revogação de vistos para entrada nos EUA e acirra tensão diplomática entre os dois países
O governo dos Estados Unidos, sob a presidência de Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira (18) a revogação dos vistos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), além de seus familiares e de outros ministros considerados "aliados". A medida, com efeito imediato, foi comunicada pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, por meio das redes sociais.
Segundo Rubio, a sanção se dá em resposta ao que classificou como uma “perseguição política” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. O ministro Moraes é relator de processos no STF que investigam supostas tentativas de golpe de Estado, envolvimento em milícias digitais e ataques às instituições democráticas. Nesta semana, Moraes determinou a imposição de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar noturno e restrições nas redes sociais ao ex-presidente.
“Os Estados Unidos não concederão entrada a autoridades que atentem contra os direitos fundamentais de seus cidadãos ou promovam perseguição política disfarçada de justiça”, declarou Rubio.
A decisão marca uma nova escalada nas relações entre os dois países. Na semana passada, Trump já havia anunciado tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, medida que atingiu principalmente o setor agroexportador. Agora, as sanções diplomáticas ampliam o atrito, em um contexto de aproximação entre Trump e aliados do ex-presidente brasileiro.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho de Jair Bolsonaro, agradeceu publicamente ao governo norte-americano e indicou que novas ações similares estão em andamento. Eduardo tem atuado nos bastidores em Washington desde 2023, buscando apoio internacional contra ministros do STF.
A reação do governo brasileiro foi cautelosa. Em nota, o Itamaraty afirmou que "acompanha com atenção o episódio" e reforçou o princípio da independência entre os Poderes no Brasil. O STF, por sua vez, não comentou oficialmente até o fechamento desta edição, mas fontes próximas ao tribunal classificaram a medida como "inaceitável interferência externa".
A expectativa é de que o episódio gere novos desdobramentos na relação bilateral, especialmente no campo político e comercial. Analistas avaliam que a medida pode comprometer a cooperação entre os países em áreas estratégicas, como meio ambiente, comércio e segurança.
BBC News
Foto: Reprodução





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