Governadores pedem mais tempo para discutir redução de tarifas sobre veículos eletrificados desmontados
- Rádio Tupanci
- 30 de jul.
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Carta assinada por Eduardo Leite e outros cinco governadores alerta para o risco de desindustrialização e perda de empregos com mudança na política de importação

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, assinou nesta terça-feira (29/7) uma carta conjunta com os governadores de Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo solicitando a postergação da análise sobre a redução das tarifas de importação de veículos eletrificados semidesmontados (SKD) e completamente desmontados (CKD).
O documento foi enviado ao vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que também preside a Câmara de Comércio Exterior (Camex) — responsável pela avaliação da proposta.
Os governadores alertam que uma redução abrupta dessas tarifas pode enfraquecer a indústria automotiva nacional, uma das principais cadeias produtivas dos estados signatários da carta. Eles pedem que a medida seja mais amplamente debatida antes de qualquer decisão definitiva. “Mais do que nunca, o momento exige a preservação da indústria nacional”, declarou Eduardo Leite.
“Uma redução precipitada favoreceria a substituição da produção local por montagens de kits importados, com risco de perda de empregos e desestímulo a investimentos no país. Ainda mais às vésperas de sofrermos o tarifaço de 50% na importação de produtos brasileiros, anunciado pelo presidente dos Estados Unidos.”
Indústria automotiva em risco
A carta reforça que a indústria automotiva é estratégica para o Brasil, responsável por milhares de empregos qualificados, além de atrair investimentos e promover inovação tecnológica. Os governadores destacam que o país não pode abrir mão de sua base produtiva e pedem que a Camex estabeleça um canal de diálogo com os estados antes de qualquer mudança.
Embora apoiem a transição energética e a promoção de veículos de baixo carbono, os líderes estaduais alertam que essa transformação deve ser feita com equilíbrio, garantindo a sustentabilidade ambiental sem comprometer o desenvolvimento econômico e social.
“Não somos contra os veículos sustentáveis. Pelo contrário: queremos viabilizar essa transição de forma responsável. Mas isso não pode significar o enfraquecimento da indústria nacional nem a perda de empregos e investimentos”, afirmam no texto.
A iniciativa dos governadores ocorre em um momento delicado da política comercial brasileira, marcado também pelo anúncio dos Estados Unidos de um tarifaço de até 50% sobre produtos brasileiros, o que reforça a preocupação com o impacto da liberalização tarifária unilateral.
A carta demonstra a unidade entre governos estaduais para proteger o setor automotivo e pede que a política de comércio exterior seja alinhada ao interesse nacional, combinando inovação, sustentabilidade e proteção da indústria.
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