Efetivo reduzido adia guarita, mas bombeiros garantem ações de monitoramento no rio Piratini

Decisão foi comunicada na quinta-feira (13), durante reunião em Porto Alegre entre o comandante-geral do CBMRS, coronel Julinar Fortes Pinheiro, o prefeito de Cerrito, Flavinho Vieira (PP), e o prefeito de Pedro Osório, Ricardo Alves (MDB)

Foto: Celestino Garcia/JTR

As tratativas para a instalação de uma guarita de salva-vidas no rio Piratini recuaram, e o Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul (CBMRS) descartou temporariamente a possibilidade de manter guarda-vidas fixos no local durante a próxima temporada de verão. A decisão foi comunicada na quinta-feira (13), durante reunião em Porto Alegre entre o comandante-geral do CBMRS, coronel Julinar Fortes Pinheiro, o prefeito de Cerrito, Flavinho Vieira (PP), e o prefeito de Pedro Osório, Ricardo Alves (MDB), que estavam na capital em visita institucional ao quartel do Comando-Geral.

Segundo o comandante, o baixo efetivo atual e a necessidade de realocação de profissionais para os balneários dos litorais Norte e Sul impossibilitam, por ora, o atendimento da demanda dos municípios. Pinheiro afirmou que o comando trabalha com um quadro reduzido e que a recomposição de efetivo depende da conclusão do curso de formação dos novos soldados, prevista apenas para a metade de 2026.

Outra alternativa, que era o reforço por meio do programa de guarda-vidas civis temporários, também não será possível neste verão. Embora o edital lançado recentemente oferecesse 900 vagas, pouco mais de 200 candidatos foram considerados aptos, número insuficiente para suprir as demandas do Estado.

Apesar da negativa momentânea, o comandante propôs ações periódicas de prevenção, com equipes deslocadas conforme a necessidade e conforme a indicação técnica do Projeto Balneabilidade, executado pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam). Os boletins de balneabilidade, que avaliam se cada ponto está próprio ou impróprio para banho, serão divulgados entre 12 de dezembro de 2025 e 27 de fevereiro de 2026. A partir da quinta semana de análises, será possível determinar com maior precisão a condição do rio e, assim, remanejar equipes de áreas impróprias para os balneários de Cerrito e Pedro Osório, que também participarão do monitoramento semanal seguindo as normas do Conama.

Pinheiro reforçou ainda que, mesmo com os investimentos recentes do governo estadual em equipamentos e logística, a carência de efetivo humano persiste, mas que a Corporação não descarta a possibilidade de instalar uma guarita permanente quando o quadro de bombeiros for ampliado.

Enquanto isso, os municípios, em conjunto com o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil, intensificarão as ações de prevenção para evitar tragédias no leito do rio. Entre as medidas previstas estão instalação de novas placas de sinalização, campanhas educativas na mídia local, atividades com voluntários dos bombeiros e reforço na orientação aos banhistas.

A decisão ocorre após meses de articulação entre Pedro Osório e Cerrito, que buscavam a instalação de uma guarita para enfrentar o histórico de acidentes no Rio Piratini. Nos últimos anos, o local registrou fatalidades envolvendo crianças, adolescentes e adultos, agravadas pelas mudanças abruptas de profundidade e correnteza.

Estudos recentes realizados pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) identificaram variações de 0,13 m a 4,80 m e desníveis acentuados, reforçando o risco para banhistas.

Mesmo diante do recuo momentâneo, os municípios afirmam que seguirão trabalhando para garantir mais segurança aos moradores e visitantes durante o verão e que manterão diálogo aberto com o CBMRS para viabilizar a instalação definitiva da guarita assim que houver efetivo disponível.

Fonte: Celestino Garcia/Jornal Tradição Regional