top of page

Tarifa de 50% dos EUA atinge metade das vendas de 22 estados; impacto é quase total em oito

  • deborasaraivajv
  • 11 de ago.
  • 2 min de leitura
ree

Entrou em vigor em 6 de agosto a sobretaxa norte-americana que adiciona 40% às importações do Brasil — elevando o total a 50%. Levantamento com base na pauta de 2024 aponta que ao menos 22 estados têm metade ou mais do que vendem aos EUA sob a nova alíquota; em oito deles, o alcance vai de 95% a 100% (Tocantins, Alagoas, Acre, Amapá, Ceará, Rondônia, Paraíba e Paraná).


O que mudou e quando começou

O decreto foi assinado em 30 de julho e passou a valer em 6 de agosto de 2025. A Casa Branca publicou uma lista de cerca de 700 exceções, mantendo fora do tarifaço itens como aeronaves, celulose, suco de laranja, petróleo e minério de ferro.


Estados e setores mais expostos

No Sudeste, o peso absoluto é maior: São Paulo vendeu US$ 13 bi aos EUA em 2024 e 56% desse valor agora paga 50% (aprox. US$ 7,5 bi). Minas Gerais tem 63% das vendas ao mercado americano sob a tarifa — com destaque para o café (US$ 1,5 bi).


No Norte e Nordeste, a lista de exceções trouxe pouco alívio: no Tocantins, praticamente 100% do enviado aos EUA entra em classes tarifadas (carne bovina, peptonas, sebo/ossos/gelatina). No Ceará, 98,6% dos segmentos vendidos aos EUA ficam tarifados — e o país responde por 45% das exportações cearenses (ferro e aço, frutas, peixes, calçados e mel).


No Sul, a média regional é de 88% das vendas aos EUA sob tarifa cheia. O Paraná tem 96% do valor exportado ao mercado americano afetado (c. US$ 1,5 bi). Em toda a região, madeira e móveis, calçados e têxteis aparecem entre os mais atingidos.


Quanto da pauta brasileira ficou fora

Segundo nota técnica do MDIC, 44,6% das exportações brasileiras aos EUA (US$ 18 bi, em 2024) ficaram fora da tarifa adicional; 35,9% ficaram dentro (US$ 14,5 bi); e 19,5% já estavam sob tarifas específicas aplicadas a todos os países (Seção 232).


Efeitos regionais

Análises do FGV Ibre indicam que Norte e Nordeste tendem a sofrer proporcionalmente mais — por dependerem de produtos de menor valor agregado e por terem sido menos beneficiados pelas isenções. Sudeste e Centro-Oeste amortecem parte do choque.


No Rio Grande do Sul, a tarifa incide sobre 85% do que é vendido aos EUA; estimativas acadêmicas projetam queda de 0,9% a 1,1% do PIB estadual em 12 meses, com forte risco para cadeias locais (fumo, armas, calçados).


Fontes: UOL, O Tempo, Agência Brasil, CNN.

Foto: Portos RS

Comentários


bottom of page