
Deise Moura dos Anjos, acusada de envenenar com arsênio um bolo que resultou na morte de quatro pessoas de sua família, foi interrogada nesta terça-feira (4) na delegacia de polícia de Torres, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Durante o depoimento, Deise exerceu seu direito de permanecer em silêncio, recusando-se a responder às perguntas do delegado Marcos Vinícius Veloso.
A suspeita foi conduzida à delegacia às 13h52min em uma viatura da Polícia Civil, vinda da Penitenciária Estadual Feminina de Torres. Após o breve depoimento, que durou cerca de 20 minutos, ela retornou algemada para o presídio em um deslocamento de sete minutos.
O caso ganhou destaque após o incidente ocorrido na antevéspera do Natal de 2024, quando sete pessoas da mesma família participaram de um café da tarde em Torres. Seis delas passaram mal após consumirem o bolo, e três mulheres morreram horas depois devido a parada cardiorrespiratória ou choque pós-intoxicação alimentar. A quarta vítima, Zeli dos Anjos, sogra da suspeita, sobreviveu e recebeu alta hospitalar.
Segundo a Polícia Civil, o inquérito principal está na etapa final e deve ser concluído ainda em fevereiro. Além disso, outros dois inquéritos serão abertos para apurar mortes e envenenamentos atribuídos à suspeita: um em Arroio do Sal, relacionado à morte do sogro de Deise e ao envenenamento da esposa dele, e outro em Nova Santa Rita, sobre uma tentativa de homicídio contra o marido e o filho da suspeita em novembro de 2024, com suco de manga envenenado.
A polícia também avalia investigar a possível venda de venenos pela internet e a morte do pai de Deise, ocorrida em 2020 e inicialmente atribuída a cirrose.
A defesa da suspeita, representada pelo advogado Cassyus Pontes, foi procurada pela reportagem, mas não se manifestou até o fechamento desta matéria.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte e foto: GZH
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