Pelotas, o quarto maior colégio eleitoral do Rio Grande do Sul, com mais de 420 mil eleitores, terá cinco candidatos na disputa pela prefeitura nas eleições de outubro. Apesar de a maioria do eleitorado ser feminino, representando 54% dos eleitores, nenhuma das chapas apresentadas conta com uma mulher na cabeça de chapa, um fato que se destaca, especialmente após os últimos oito anos de governo de Paula Mascarenhas (PSDB). No entanto, quatro mulheres concorrem ao cargo de vice-prefeita.
O PSDB, que está no comando do município desde 2013, busca manter a hegemonia com a candidatura de Fernando Estima. Estreante na política, Estima tem 58 anos, é natural de Rio Grande, mas mora em Pelotas há mais de 35 anos. Como empresário, fundou a Ótica Estima e, na esfera pública, atuou como secretário municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo nos governos de Eduardo Leite e Paula Mascarenhas. Recentemente, foi diretor-superintendente da Portos RS, cargo de destaque na administração estadual. Estima conta com o apoio de uma ampla coligação, que reúne, além do PSDB, os partidos Cidadania, PSD, PP, PSB, Avante, Republicanos, Podemos, Solidariedade, Democracia Cristã (DC) e União Brasil. Michele Alsina, ex-presidente do Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas, foi escolhida como candidata a vice-prefeita.
Outro nome forte na disputa é Fernando Marroni (PT), que tenta retornar ao cargo de prefeito, posição que ocupou entre 2001 e 2005. Aos 68 anos, Marroni é engenheiro eletricista formado pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel) e possui uma longa trajetória política, tendo sido deputado federal e estadual. Em 2023, ele assumiu a presidência da Trensurb, cargo que deixou recentemente para concorrer às eleições. Marroni encabeça a coligação Nova Frente Popular, que reúne as federações PT, PCdoB e PV, além do PSol e da Rede Sustentabilidade. Daniela Brizolara (PSol), ativista e militante do movimento estudantil, será a candidata a vice-prefeita.
O MDB, por sua vez, aposta na experiência do ex-prefeito Irajá Rodrigues, que, aos 88 anos, tenta um retorno à prefeitura. Rodrigues, que já governou Pelotas em duas ocasiões (de 1977 a 1982 e de 1993 a 1996), é advogado e tem uma carreira política extensa, que inclui mandatos como vereador e deputado federal. Ele foi escolhido como candidato durante convenção do partido, e sua chapa será pura, contando com Danilo Rodrigues, seu sobrinho-neto, como candidato a vice-prefeito.
Marciano Perondi, do PL, que já foi deputado, é empresário e advogado com experiência na área da construção civil. Aos 41 anos, Perondi é fundador do colégio Praça XV e já tem uma relação de mais de 14 anos com a cidade, onde mora há cerca de um ano e meio. Sua chapa conta com o apoio do PRD e terá Adriane Rodrigues, também do PL, como vice.
Fechando a lista de candidatos está Reginaldo Bacci, do PDT. Advogado de 63 anos, Bacci já tentou a eleição como vice-prefeito em 2012, mas não teve sucesso. Ele nunca exerceu um cargo eletivo, e sua candidatura é apoiada por uma chapa pura, tendo como vice a professora Graziella Ramalho.
A disputa eleitoral em Pelotas promete ser acirrada, com candidatos que trazem desde experiência política consolidada até novas propostas para a cidade. A ausência de uma mulher como candidata principal em qualquer uma das chapas, apesar do grande número de eleitoras, é um ponto que se destaca no cenário político deste ano. O primeiro turno das eleições será decisivo para definir o futuro político de Pelotas e, potencialmente, o papel das mulheres na liderança da cidade.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
Fonte e foto: Correio do Povo
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