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Olivais movimentam R$ 140 milhões e transformam economia da metade sul gaúcha

  • Foto do escritor: Jean Pierre Knepper
    Jean Pierre Knepper
  • há 2 dias
  • 2 min de leitura

Região da metade sul, historicamente marcada por desafios econômicos, encontrou nos olivais uma alternativa viável de diversificação produtiva


Por Rafaela Stark / JTR

Foto: Duetto Filmes
Foto: Duetto Filmes

A olivicultura consolidou-se como uma das apostas mais promissoras do agronegócio gaúcho. Com 6.200 hectares cultivados — dos quais 5.000 já em idade produtiva — e 325 produtores distribuídos em 110 municípios, o setor movimentou cerca de R$ 140 milhões em 2023, considerando o preço médio de R$ 240 por litro de azeite extravirgem ao consumidor. Os dados são do último levantamento do Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva).


O crescimento na última década tem sido expressivo, com forte concentração em municípios como Encruzilhada do Sul, Canguçu, Pinheiro Machado, Bagé e Cachoeira do Sul. A região da metade sul, historicamente marcada por desafios econômicos, encontrou nos olivais uma alternativa viável de diversificação produtiva.


“O perfil majoritário é de pequenos e médios produtores, embora existam também projetos maiores e mais estruturados”, explica Flávio Obino Filho, presidente do Ibraoliva. Atualmente, 29 lagares operam no Estado, e os investimentos acumulados na última década já ultrapassam centenas de milhões de reais, considerando implantação de olivais, tecnologia e mecanização.


Oscilações climáticas desafiam o setor

Apesar do desempenho robusto em 2023, quando o Rio Grande do Sul produziu 580 mil litros de azeite, os anos seguintes registraram queda significativa. Em 2024 e 2025, a produção recuou para 193 mil e 190 mil litros, respectivamente, devido a fatores climáticos que prejudicaram a florada e a frutificação.


“O desafio da qualidade foi vencido pelo azeite gaúcho, que está hoje reconhecidamente entre os melhores do mundo. O principal desafio agora é a regularidade da produção”, afirma Obino Filho. Por essa razão, a principal bandeira do Ibraoliva é a pesquisa e o acesso ao assessoramento técnico. Ainda em 2025, será criado o Centro de Referência em Pesquisas na Cadeia da Olivicultura do Estado, coordenado pelo instituto, em parceria com órgãos públicos e academia.


Sustentabilidade e geração de empregos

Um dos destaques da olivicultura gaúcha é a adoção de práticas sustentáveis. Muitos produtores utilizam áreas antes degradadas, promovendo recuperação ambiental por meio de manejo adequado de solo, uso racional de água, adubação equilibrada e controle biológico. O sequestro de carbono pelos olivais também é uma realidade comprovada. O Ibraoliva defende ainda a proibição do uso de herbicidas hormonais — como o 2,4-D — que têm causado danos a diversas culturas no Rio Grande do Sul.

A atividade gera empregos diretos em plantio, manejo, colheita e processamento, além de postos indiretos em turismo, gastronomia, logística e comércio local, com impacto especialmente relevante na metade sul gaúcha.


Olivoturismo em expansão

O olivoturismo cresce ano após ano. Produtores têm estruturado receptivos em suas propriedades, oferecendo degustações, hospedagens e experiências ligadas ao ecoturismo. Iniciativas como a Rota das Oliveiras e eventos como Olivas no Cais, Olifeira e a Feira de Caçapava do Sul têm ampliado o fluxo turístico na região.

Outro desafio apontado pelo setor é o combate aos azeites importados de baixa qualidade, muitas vezes comercializados irregularmente como extravirgem. Para os próximos anos, a expectativa é de retomada e expansão. À medida que os olivais jovens entram em plena produção, a tendência é de aumento na produtividade. A projeção nacional para 2026 aponta para 1 milhão de litros de azeite produzidos

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