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Megaoperação no Alemão e na Penha contra o CV tem 64 mortos e 81 presos

  • Foto do escritor: Jean Pierre Knepper
    Jean Pierre Knepper
  • 29 de out.
  • 3 min de leitura

As vias foram fechadas por represálias em todo o Grande Rio


Por G1

Foto: Jose Lucena/TheNewsS2/Estadão Conteúdo
Foto: Jose Lucena/TheNewsS2/Estadão Conteúdo

Pelo menos 64 pessoas morreram – 4 delas policiais – e 81 foram presas nesta terça-feira (28) em uma megaoperação contra o Comando Vermelho (CV) nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Quase 100 fuzis foram apreendidos.


Esta é a operação mais letal da história do estado, segundo números confirmados pelo Palácio Guanabara.


Segundo disse o governador Cláudio Castro no início da noite, a ação não tinha hora para terminar. Por volta das 18h30, novo intenso tiroteio foi registrado na região.


Problemas na volta para a casa

No início da tarde, o tráfico orquestrou represálias em várias partes da cidade, que vive horas de tensão em um cenário de guerra.


Barricadas, com veículos tomados ou entulho, foram feitas na Linha Amarela, na Grajaú-Jacarepaguá e na Rua Dias da Cruz, no Méier, entre muitos outros locais.


Em função dos múltiplos bloqueios, o Centro de Operações e Resiliência (COR) do Rio elevou o estágio operacional da cidade para o nível 2, de uma escala de 5. A PM mandou colocar todo o efetivo na rua — para tal, suspendeu as atividades administrativas.


Como tudo começou

Trata-se de mais uma etapa da Operação Contenção, uma iniciativa permanente do governo do estado de combate ao avanço do CV por territórios fluminenses.


Pelo menos 2.500 agentes das forças de segurança do RJ saíram para cumprir quase 100 mandados de prisão. Na chegada das equipes, ainda no fim da madrugada, traficantes reagiram a tiros e com barricadas em chamas.


A Polícia Civil afirmou ainda que, em retaliação, criminosos lançaram bombas com drones. Outros fugiram em fila indiana pela parte alta da comunidade, em uma cena semelhante à disparada de bandidos em 2010, quando da ocupação do Alemão.


Quem são os policiais mortos

  • Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, de 51 anos, conhecido como Máskara, recém-promovido a chefe de investigação da 53ª DP (Mesquita);

  • Rodrigo Velloso Cabral, de 34 anos, da 39ª DP (Pavuna);

  • Cleiton Searafim Gonçalves, policial do Bope;

  • Herbert, policial do Bope.


Escolas e postos de saúde não abriram.


Balanço da operação

  • 60 suspeitos mortos em confronto. Dois eram da Bahia; outro, do Espírito Santo.

  • 2 policiais civis e 2 policiais militares foram mortos. Outros 15 policiais ficaram feridos.

  • Além deles, 3 inocentes foram feridos: um homem em situação de rua foi atingido nas costas por uma bala perdida e levado para o Getúlio Vargas; uma mulher que estava em uma academia também foi ferida, mas já recebeu alta; e um homem que estava num ferro-velho.

  • 81 pessoas foram presas.

  • Policiais apreenderam 93 fuzis, 2 pistolas e 9 motos.


Operador do CV preso

Entre os mais de 80 presos está Thiago do Nascimento Mendes, o Belão do Quitungo, um dos chefes do Comando Vermelho da região. Outro capturado é Nicolas Fernandes Soares, apontado como operador financeiro de um dos altos chefes do CV, Edgar Alves de Andrade, o Doca ou Urso.


O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Victor Santos, afirmou que a operação foi desenhada com antecedência e não contou com apoio do governo federal.


Santos destacou que cerca de 280 mil pessoas vivem nas áreas afetadas pela operação. “Essa é a realidade. Lamentamos profundamente as pessoas feridas, mas essa é uma ação necessária, planejada, com inteligência, e que vai continuar”, afirmou o secretário.


Mais tarde, em entrevista coletiva, o governador Cláudio Castro afirmou que o governo federal negou ajuda para operações policiais no RJ e que, por isso, o estado “estava sozinho” nesta manhã nos complexos do Alemão e da Penha.


Em resposta, o governo federal negou a falta de ajuda e disse que tem atendido prontamente a todos os pedidos do governo do estado para o emprego da Força Nacional.


Impactos

Criminosos usaram veículos como barricadas para fechar diversas vias do Rio em retaliação à megaoperação da Segurança Pública do Rio contra o Comando Vermelho nos complexos do Alemão e da Penha.


Desde o início da tarde, ônibus foram usados como barricadas em diversos bairros e vias expressas: Avenida Brasil, Linha Amarela, Linha Vermelha, Autoestrada Grajaú-Jacarepaguá, Centro, Rio Comprido, Tijuca, Vila Isabel, Engenho Novo, Méier, Cascadura, Engenho da Rainha, Freguesia, Taquara, Cidade de Deus, Anchieta, Guadalupe, Chapadão, Complexo do Alemão e Penha, e na BR-101, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio de Janeiro.


De acordo com a Rio Ônibus, mais de 100 linhas tiveram seus itinerários alterados. Já a Mobi-Rio informou que os corredores Transbrasil e Transcarioca do BRT, além dos serviços de conexão, também foram impactados pelas operações.

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