Na noite desta terça-feira (tarde em Brasília), o Irã disparou ao menos 500 projéteis em direção a Israel, desencadeando uma onda de sirenes de alerta em Tel Aviv, Jerusalém e outras regiões do país. Este ataque ocorreu horas após fontes ocidentais divulgarem informações sobre preparativos para uma ofensiva de Teerã. O sistema de defesa antiaérea de Israel foi ativado, com o país se preparando para interceptar os mísseis. Segundo a imprensa israelense, um projétil impactou diretamente um prédio no norte de Tel Aviv, resultando em ferimentos leves em duas pessoas, enquanto equipes de emergência atendiam chamadas sobre possíveis vítimas em abrigos.
Em um comunicado, as Forças Armadas israelenses confirmaram o ataque, orientando a população a buscar abrigo e enfatizando a importância de seguir as instruções de segurança. O contra-almirante Daniel Hagari, porta-voz das Forças Armadas, fez um apelo à população, informando que o sistema de defesa estava totalmente operacional, mas que não era infalível. “Vocês podem ouvir explosões, que podem ser resultado de interceptações ou impactos. Devido à variedade de ameaças, alarmes podem ser acionados em áreas amplas”, destacou.
A Guarda Revolucionária do Irã, responsável pela ofensiva, afirmou que lançou dezenas de mísseis e ameaçou que, caso Israel decidisse retaliar, a resposta de Teerã seria “mais esmagadora e ruidosa”. Este ataque representa apenas o segundo na história em que o Irã ataca diretamente o território israelense. Relatos sugerem que os alvos incluíam bases aéreas militares e uma sede de inteligência ao norte de Tel Aviv, que já havia sido evacuada.
A escalada nas tensões é acompanhada por uma série de eventos que antecederam o ataque. Fontes americanas haviam alertado Israel sobre preparativos no Irã para um iminente lançamento de mísseis. Em uma declaração anterior ao ataque, Hagari ressaltou que todas as forças estavam em alta prontidão e que qualquer ação do Irã teria consequências. “Estamos acompanhando os desenvolvimentos no Irã. O fogo iraniano contra o Estado de Israel terá consequências. Temos planos e temos capacidades”, afirmou.
Em abril deste ano, o Irã já havia realizado um ataque sem precedentes contra Israel, disparando mais de 300 drones e mísseis em resposta a uma agressão que resultou na morte de membros da Guarda Revolucionária em Damasco. Na ocasião, muitos mísseis foram interceptados por uma coalizão liderada pelos Estados Unidos.
O atual ataque do Irã ocorre em meio a uma operação terrestre de Israel no sul do Líbano, onde o Exército israelense ordenou que moradores de cerca de 30 localidades abandonassem suas casas e se dirigissem para o norte do país. A Embaixada dos EUA em Israel emitiu recomendações para que seus funcionários retornassem para casa e se preparassem para entrar em abrigos antiaéreos. Navios e aeronaves dos Estados Unidos já estão posicionados na região, prontos para auxiliar Israel em caso de necessidade.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que o país enfrenta “grandes desafios” enquanto combate o eixo iraniano. Ele pediu que a população seguisse as diretrizes de segurança pública. Desde o ataque do Hamas em 8 de outubro, que resultou na morte de 1,2 mil israelenses e no sequestro de cerca de 250 pessoas, o Hezbollah, apoiado pelo Irã, tem realizado disparos quase diários contra o norte de Israel, intensificando a troca de hostilidades na região.
A escalada de tensão entre Israel e Irã, que já se arrasta há anos, agora pode levar a um confronto direto, com ambos os lados se preparando para uma possível guerra total. Israel e Irã têm travado uma guerra indireta, com o primeiro buscando limitar a influência regional do segundo e impedir seu programa nuclear, enquanto o Irã tenta expandir sua presença e poder na região. A situação se torna cada vez mais volátil, com a possibilidade de que um ataque iraniano possa desencadear uma reação em cadeia em todo o Oriente Médio.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
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