Há um ano, Pelotas escolhia seus representantes
- Jean Pierre Knepper
- 6 de out.
- 4 min de leitura
Foram eleitos 21 vereadores, Marroni e Perondi foram ao segundo turno
Por Jean Pierre Knepper - MTb/RS 20832

Nesta segunda-feira (6), completa-se um ano desde que os pelotenses foram às urnas para escolher seus representantes municipais. A eleição foi marcada por forte polarização, promessas de mudança e um alto índice de abstenção. No primeiro turno, realizado das 8h às 17h, 188.131 eleitores compareceram às urnas, o que representa 75,67% do total de votantes aptos.
O atual prefeito, Fernando Marroni (PT), avançou ao segundo turno liderando a disputa, com o apoio de 68.443 pelotenses, o equivalente a 39,60% dos votos válidos. O candidato Marciano Perondi (PL), em sua primeira eleição, garantiu a segunda colocação ao receber 54.736 votos (31,67%). A polarização se confirmou, refletido pelo cenário nacional.
A grande surpresa do resultado foi a derrota do PSDB, que, após vencer três eleições consecutivas e governar Pelotas por 12 anos, não conseguiu levar seu candidato, Fernando Estima, ao segundo turno. Mesmo contando com o apoio do governador Eduardo Leite (hoje no PSD), da então prefeita Paula Mascarenhas (PSDB), do deputado federal Daniel Trzeciak (PSDB), e 11 partidos coligados, Estima recebeu 36.122 votos (20,90%), sem votação suficiente para avançar na disputa. O partido e sua base política encerraram um ciclo de 20 anos à frente da gestão municipal, iniciado por Bernardo de Souza em 2004.
Na Câmara de Vereadores, dos 21 eleitos, sete cumprem seus primeiros mandatos, indicando uma leve renovação no legislativo municipal. A vereadora mais votada foi Fernanda Miranda (PSOL), que recebeu 5.885 votos. Em seguida, vieram Marcelo Bagé, com 5.540 votos; Cesinha (PSB), com 4.421; Michel Promove (PP), com 3.935; Éder Blank (PSD), com 3.597; Marisa “Protetora de Animais” (PSDB), com 3.588; Cristiano Silva (União Brasil), com 3.242; e Cauê (PV), com 3.230 votos.
Completam a lista dos eleitos: Daniel Fonseca (PSD), com 3.032 votos; Rafael Amaral (PP), com 2.914; Jurandir Silva (PSOL), com 2.812; Tauã Ney (PSDB), com 2.467; Carlos Júnior (PSD), com 2.446; Miriam Marroni (PT), com 2.426; Marcola (União Brasil), com 2.376; Arthur Halal (PP), com 2.239; Ivan Duarte (PT), com 2.182; Rafael Barriga (União Brasil), com 2.056; Junior Fox (PL), com 1.975; Paulo Coitinho (Cidadania), com 1.922; e Repórter Antônio Peixoto (PSD), com 1.869 votos.
Era domingo, 27 de outubro, às 8h, e as urnas estavam novamente prontas nas zonas eleitorais para que a população definisse quem seria o próximo prefeito de Pelotas. Duas propostas opostas estavam em disputa: de um lado, a esquerda representada pelo PT; do outro, a extrema direita, com o PL. Mais uma vez, os números 13 e 22 estavam na zerésima. Marroni colocou a saúde como prioridade central e prometeu entregar o novo Pronto-Socorro municipal, com mais de 120 leitos, UTI adulto e pediátrica, ampliando a capacidade de atendimento e reduzindo a superlotação na rede atual. Perondi defendeu uma administração mais ágil, com redução de burocracias e foco na reestruturação da máquina pública para atrair investimentos e facilitar a vida de empreendedores e cidadãos.
Às 17h, com o encerramento da votação, os comitês começavam a receber os militantes, ansiosos pelo início da apuração. Os primeiros números começaram a chegar, e a disputa se revelava apertada, urna a urna, voto a voto, evidenciando de forma clara o quanto cada escolha fazia diferença. Por volta das 19h, com uma diferença inferior a 1 ponto percentual, o ex-prefeito Fernando Marroni foi declarado vencedor, recebendo 87.737 votos dos pelotenses e garantindo a vitória para comandar o executivo municipal.
Um ano depois das urnas, os números continuam a contar histórias. A vitória apertada para o Executivo e a composição diversa da Câmara mostram que os pelotenses depositaram expectativas distintas sobre o futuro da cidade. Com três anos de mandato ainda pela frente, os eleitos têm o desafio de honrar o voto popular e transformar promessas em ações concretas.
Vale lembrar que estamos a um ano das eleições para a escolha de presidente, governadores, senadores e deputados federais e estaduais, um pleito que promete, mais uma vez, ser marcado pela polarização. Pelotas precisa estar atenta para eleger seus representantes na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados. Nas últimas eleições, nenhum candidato a deputado estadual foi eleito na cidade, e apenas um deputado federal ocupa atualmente uma cadeira em Brasília.
Os representantes nas capitais, como Porto Alegre, e em Brasília, no Congresso Nacional, não significam que todos os problemas serão resolvidos de imediato. No entanto, representa um avanço significativo para uma região que por muitos anos careceu de representação política efetiva. É importante destacar que as emendas impositivas, recursos destinados obrigatoriamente pelos parlamentares para projetos em seus redutos eleitorais, desempenham um papel crucial nesse cenário. Essas emendas garantem investimentos em serviços essenciais e infraestrutura urbana, direcionando verbas públicas para áreas prioritárias. A proposta de Orçamento da União para 2026, enviada ao Congresso em agosto de 2025, destina R$ 40,8 bilhões a emendas parlamentares impositivas, aquelas de execução obrigatória. Esse valor abrange as emendas individuais de deputados e senadores e as de bancadas estaduais. Com a inclusão das emendas de comissão, o montante pode chegar a R$ 52,9 bilhões.
Estamos a um ano das últimas eleições e a um ano do próximo pleito, um momento crucial para acompanhar de perto as movimentações e ações dos nossos representantes.





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