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Gramado segue com remoção de destroços de avião que atingiu loja de móveis e casas; IGP confirma 10 mortos e 17 feridos

A segunda-feira, 23/12, em Gramado foi marcada pela continuidade da remoção dos destroços da aeronave turboélice Piper Cheyenne 400, prefixo PR-NDN, que colidiu contra uma chaminé e telhados de ao menos cinco residências, antes de atingir uma loja de móveis por volta das 9h15min de domingo. Cerca de 50 profissionais do Corpo de Bombeiros Militar, Instituto-Geral de Perícias (IGP), Defesa Civil, Brigada Militar e secretarias municipais participaram do rescaldo. Retroescavadeiras e guinchos foram utilizados desde a madrugada, e tapumes foram instalados para impedir a presença de curiosos e garantir o andamento das investigações.


O IGP informou que a identificação dos dez corpos da mesma família vitimada na tragédia deverá ser feita por análise de DNA, devido à explosão da aeronave após a queda. Outras 17 pessoas ficaram feridas. A coleta de materiais biológicos na área foi concluída por volta das 10h45min, com os restos sendo encaminhados a Porto Alegre. A Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP) declarou que finalizou suas operações no local ainda durante a manhã.


A concessionária RGE cortou a energia elétrica da região, informando aos moradores que o restabelecimento do serviço poderá levar de dois a três dias. A rua Ema Pereira Bastos, onde ocorreu o impacto, permanece isolada pela Brigada Militar, que reduziu o perímetro de interdição de 800 metros para apenas aquela via. Apesar disso, houve congestionamentos de até dois quilômetros nos arredores durante a manhã.


Comércios locais abriram normalmente, mas a suspensão das festividades do Natal Luz alterou a rotina de turistas. O morador Valdir Paim relatou que ouviu um forte estrondo e viu um clarão por volta das 9h30. Ele estranhou a rota do avião, diferente das usualmente seguidas por aeronaves que partem do aeroporto de Canela. "Senti o avião passar por cima de casa, e logo depois ouvi o impacto", contou.


Uma das residências atingidas foi a do aposentado Claudio Sander, cujo telhado foi arrancado. Sander, que já havia perdido duas esposas e um filho para a Covid-19, estava abalado e comentou brevemente: "Vi um clarão, um trovão, e foi isso". O aposentado Henrique Herrmann, que teve telhas e janelas danificadas, contou que estava no litoral com sua esposa no momento do acidente. "Quando fiz o seguro da casa, brincaram comigo sobre cobertura contra queda de avião. Achei que nunca fosse precisar", disse.


Ao retornar, Herrmann encontrou a casa preservada, com apenas a cerca-viva parcialmente chamuscada. Ele descreveu o cenário como "de guerra". "Destroços ainda estavam por toda parte, mas, graças a Deus, estamos bem", concluiu.


Com informações: Jornalista Fernando Kopper

Fonte: Correio do Povo

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