Governo detalha liberação de R$ 20,6 bilhões do Orçamento de 2025
- Rádio Tupanci
- 31 de jul.
- 2 min de leitura
Saúde, Cidades e Defesa estão entre os ministérios mais beneficiados; bloqueios ainda somam R$ 10,7 bilhões

Uma semana após anunciar a liberação de R$ 20,6 bilhões do Orçamento de 2025, o governo federal publicou um decreto com a divisão detalhada dos recursos entre ministérios e órgãos. A medida, que consta em edição extraordinária do Diário Oficial da União, beneficia principalmente as pastas das Cidades, da Defesa e da Saúde.
O decreto segue a legislação que determina a liberação após o envio ao Congresso Nacional do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas — documento que orienta a execução do Orçamento com base na arrecadação e nas projeções fiscais do governo.
Entre os ministérios, o das Cidades lidera em volume de recursos liberados, com R$ 1,928 bilhão. Na sequência, aparecem a Defesa (R$ 1,920 bilhão) e a Saúde (R$ 1,814 bilhão).
Bloqueios ainda persistem
Apesar da liberação, o Orçamento de 2025 ainda mantém R$ 10,747 bilhões bloqueados. O bloqueio é necessário para que o governo respeite o teto de gastos previsto no novo arcabouço fiscal, que limita o crescimento das despesas públicas a 2,5% acima da inflação do ano anterior.
Dos valores ainda retidos, R$ 8,3 bilhões correspondem a gastos discricionários (não obrigatórios) e R$ 2,447 bilhões a emendas parlamentares. O Novo PAC responde por R$ 3,237 bilhões do valor ainda congelado.
Entre os ministérios com mais verbas ainda bloqueadas estão:
Ministério das Cidades: R$ 2,36 bilhões
Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional: R$ 1,154 bilhão
Ministério da Defesa: R$ 673,5 milhões
Contingenciamento x bloqueio
O arcabouço fiscal diferencia dois tipos de retenção de verbas:
Contingenciamento: feito quando há previsão de frustração de receitas, serve para tentar cumprir a meta fiscal.
Bloqueio: medida preventiva para manter os gastos dentro do teto permitido por lei.
A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2025 prevê resultado primário zero, com margem de tolerância de R$ 31 bilhões para mais ou para menos.
Execução segue restrita até setembro
Apesar da liberação parcial, o governo mantém o chamado "faseamento" do Orçamento. Desde abril, um decreto restringe os órgãos públicos a empenharem apenas dois terços dos gastos discricionários permitidos por mês — uma tentativa de controlar o ritmo da execução orçamentária.
Segundo o Ministério do Planejamento, essa medida, válida até setembro, impede a execução imediata de R$ 52,8 bilhões, ajudando a controlar o avanço das despesas e facilitar o cumprimento das metas fiscais previstas no arcabouço.





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