Governo abre consulta pública sobre inclusão da vacina contra meningite B no SUS

Imunizante já é aplicado na rede privada e pode ser incorporado ao calendário infantil do sistema público

Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

O Ministério da Saúde abriu, nesta quinta-feira (31), uma consulta pública para avaliar a possível incorporação da vacina contra o meningococo do tipo B ao Sistema Único de Saúde (SUS). A medida está em análise pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec) e ficará disponível para contribuições por 20 dias no site oficial do órgão.

A vacina previne infecções causadas pelo meningococo B, uma das bactérias responsáveis pela meningite meningocócica — doença grave que pode evoluir rapidamente e levar à morte. Atualmente, o SUS oferece proteção contra os sorotipos A, C, W e Y, mas o tipo B, embora já disponível na rede privada, ainda não integra o calendário básico de vacinação da rede pública.

Segundo dados do Ministério da Saúde, o Brasil já registrou 2.357 casos de meningite bacteriana em 2025, com 454 mortes. Pelo menos 138 desses casos foram causados pelo sorogrupo B, com 21 óbitos confirmados. A doença tem alta letalidade e pode deixar sequelas graves, como surdez, amputações e danos neurológicos.

Vacinação precoce e proposta de incorporação

A proposta de inclusão foi apresentada pela farmacêutica GSK, fabricante da vacina, que recomenda três doses: aos 3, 5 e 12 meses de idade. O custo estimado da inclusão no SUS é de R$ 6,1 bilhões ao longo de cinco anos, mas o laboratório argumenta que a medida traria economia em internações e tratamentos, além de evitar mortes e sequelas.

A decisão final sobre a inclusão será tomada após a análise das contribuições da consulta pública. A Conitec é o órgão responsável por avaliar evidências científicas, custo-efetividade e impacto orçamentário antes de recomendar a adoção de novas tecnologias no SUS.

Sociedades médicas apoiam a inclusão da vacina meningo B, com base na prevalência da bactéria e na gravidade das infecções. A recomendação segue diretrizes já adotadas em outros países, onde a vacinação contra o meningococo B integra os programas nacionais de imunização.