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Estados Unidos impõem tarifa recorde de 50% sobre produtos brasileiros; medida entra em vigor nesta quarta-feira (6)

  • deborasaraivajv
  • 6 de ago.
  • 2 min de leitura
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Entra em vigor nesta quarta-feira (6) a tarifa mais alta já imposta pelo governo dos Estados Unidos a um país: uma sobretaxa de 50% sobre diversos produtos brasileiros. A medida, assinada na semana passada pelo ex-presidente Donald Trump, combina uma tarifa recíproca de 10% com uma sobretaxa adicional de 40%, afetando aproximadamente 35% das exportações do Brasil para os EUA.


Apesar do número expressivo, o impacto imediato pode ser amenizado por uma lista de 694 exceções e uma regra de transição, que isenta da nova tarifa os produtos brasileiros que já tenham sido embarcados e que cheguem ao território norte-americano até 5 de outubro. O governo brasileiro também aposta em negociações setoriais para reduzir os danos à economia, principalmente ao PIB nacional.


O Brasil será o primeiro a enfrentar a nova política tarifária, já que o decreto específico contra os produtos brasileiros foi assinado por Trump no dia 30 de julho, com prazo de implementação em sete dias — ou seja, um dia antes da entrada em vigor das demais tarifas globais, previstas para quinta-feira (7).


Retaliação política


A medida tem forte cunho político e foi justificada pela Casa Branca como uma resposta a supostas "violações à liberdade de expressão" e "perseguição política" no Brasil, referindo-se especialmente ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que atualmente cumpre prisão domiciliar. Em discursos recentes, Trump tem associado a elevação tarifária ao que chama de "caça às bruxas" contra seu aliado político.


Além da situação de Bolsonaro, analistas apontam outros fatores que alimentaram a tensão diplomática, como a decisão do STF de ampliar a responsabilidade das redes sociais sobre seus conteúdos, o que afeta diretamente as big techs norte-americanas, e declarações do presidente Lula sobre a possibilidade de substituir o dólar no comércio internacional.


O economista Paul Krugman, prêmio Nobel, criticou a medida e afirmou que o caso brasileiro representa “um exemplo especialmente claro da ilegalidade da ofensiva tarifária de Trump”, ressaltando que os Estados Unidos “não têm força para forçar um país de mais de 200 milhões de pessoas a mudar sua política interna”.


Com informações InfoMoney

foto: Reprodução - Stock

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