Um terço das dívidas dos gaúchos inadimplentes está concentrado em bancos e cartões de crédito, alertam os especialistas. Esse dado, revelado em pesquisa da Serasa Experian, é especialmente preocupante, pois essas são as dívidas com os juros mais altos do mercado, tornando-as mais difíceis de serem renegociadas e quitadas.
O levantamento também destaca um dado alarmante: 57% das compras realizadas no cartão de crédito dos gaúchos inadimplentes foram destinadas à alimentação, especialmente no supermercado. A situação é ainda mais preocupante porque a alimentação é uma despesa recorrente, ou seja, as famílias estão postergando o pagamento de algo que precisam adquirir todos os meses.
Essa estratégia de adiamento e parcelamento de compras essenciais, como a alimentação, pode resultar no acúmulo de parcelas. Quando a dívida cai no rotativo do cartão de crédito, os juros exorbitantes dificultam ainda mais o pagamento. Além disso, a situação se agrava quando outras contas essenciais, como energia elétrica e água, entram na bola de neve da inadimplência, correndo o risco de corte no abastecimento e aumento da pressão financeira.
Com isso, economistas alertam para a necessidade de uma gestão financeira mais cuidadosa, tanto para as famílias quanto para as empresas e o poder público. A recomendação é que as famílias evitem contrair dívidas neste cenário de juros elevados, enquanto as empresas devem promover a educação financeira entre seus funcionários, o que pode impactar positivamente na produtividade no ambiente de trabalho. O poder público, por sua vez, precisa incorporar esse problema no planejamento de 2025, implementando medidas que estimulem o pagamento de contas atrasadas e o controle consciente dos gastos.
Com informações: Jornalista Fernando Kopper
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