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Chuvas intensas e falta de apoio a pequenos produtores podem reduzir área plantada na região Central do RS

O excesso de chuvas no final deste ano e a falta de apoio aos pequenos produtores da região Central do Rio Grande do Sul sinalizam uma possível redução na área plantada de arroz, segundo alerta da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz). De acordo com a entidade, 31% da área prevista ainda não foi plantada na região, comprometendo a safra e o futuro do setor.


Alexandre Velho, presidente da Federarroz, destacou que o ano foi marcado por uma série de desafios. Além das condições climáticas adversas, o dirigente mencionou a interferência do governo federal e os impactos das enchentes, especialmente após dois anos de seca. "Os reflexos das chuvas intensas serão sentidos na colheita, incluindo a soja, para produtores que trabalham com ambas as culturas", explicou Velho. Ele também destacou o aumento dos custos de produção, que deve ser provocado pela necessidade de recuperação das propriedades, como a reconstrução de canais de irrigação, sistemas de drenagem e estruturas de armazenamento.


Outro ponto abordado por Velho foi a situação dos pequenos produtores, que não receberam os auxílios governamentais. "Os valores não chegaram na ponta da cadeia", justificou, ressaltando a erosão do solo na região Central, que exige investimentos em recuperação.


Em relação à área plantada, a falta de luminosidade devido às chuvas intensas no fim de ano tem dificultado os trabalhos. A Federarroz repercutiu dados do Instituto Riograndense do Arroz (Irga), que informou que, até 5 de dezembro, 5% da área total prevista no Estado ainda não havia sido plantada, sendo que na região Central faltam 40 mil hectares, o que representa 31% da área. Velho alertou que, com a escassez de luz e os atrasos nos trabalhos de irrigação e controle de plantas invasoras, a produtividade da lavoura pode ficar aquém do esperado.


Além dos problemas climáticos e operacionais, a preocupação com os preços também é uma realidade para os arrozeiros. Velho criticou os contratos de opção lançados pelo governo, que sinalizam preços abaixo do custo de produção. "O preço sugerido de R$ 87,00 para agosto de 2025, e a antecipação para março a R$ 80,00, não cobrem nem o custo da produção", afirmou. O presidente da Federarroz alertou que os preços baixos podem desestimular os produtores, afetando toda a cadeia do arroz no Estado. Com uma leve recuperação da área plantada, os preços baixos e a falta de rentabilidade podem fazer com que a produção de arroz enfrente novos obstáculos econômicos.


Com informações: Jornalista Fernando Kopper

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